De: Rubem Alves As cebolas ocupam um lugar destacado no meu pensamento. Penso-as, em primeiro lugar, de maneira científica: cebola, bolbo da planta Allium Cepa, que ocupa um lugar definido na árvore das classificações botânicas. Penso-as, a seguir, de forma culinária: entidades acidentalmente lacrimógenas, de tamanhos variados, cheiro característico e gosto saboroso, que se prestam a ser usadas em molhos, saladas, conservas e sopas. Penso-as, em terceiro lugar, como metáforas poéticas e descrevo-as, com Neruda, como "rosas de água com as suas escamas de cristal". O quarto uso, acho que é só meu: a cebola faz-me pensar filosófica e pedagogicamente. A cebola filosófica me apareceu ao terminar a leitura do livro de Piaget, Biologia e Conhecimento. Nesse livro ele sugere que a aprendizagem não é apenas um processo lógico: é um processo vital. O organismo aprende para poder "comer" o seu meio ambiente. O que não é vital não é aprendido. Aprender é f
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